Rob Halford (Judas Priest) fala sobre a discriminação que a comunidade LGBTQ+ ainda sofre ~ Curte Rock

Na última edição da revista Kerrang!, Rob Halford falou sobre a discriminação que a comunidade LGBTQ+ ainda enfrenta, apesar da ampla aceitação social da homossexualidade e da legalidade do casamento entre pessoas do mesmo sexo em algumas partes do mundo.

“Ainda temos um longo caminho a percorrer. Eu acho que a comunidade LGBTQ+ ainda tem muito a descobrir em termos de igualdade. É muito parecido com o metal, que era visto como a ovelha negra do rock and roll, com pessoas dizendo que o heavy metal não é música, que é uma porcaria. É uma experiência parecida em alguns de seus elementos. Mas estamos em 2018 e nós ainda falamos sobre orientação sexual, cor da pele ou que ‘minha religião é melhor que a sua’. Nós realmente não passamos muito tempo juntos neste planeta, então não há nenhum ponto favorável em vivermos divididos. Ame-se, ame-se e ame ouvir um metal pesado”, disse Halford, que revelou ser gay há 20 anos.

No ano passado, Halford disse ao programa de rádio The Freaks With Kenny And Crash, da Fox Sports de Phoenix, Arizona, que acredita que sua posição como líder do Judas Priest abriu a porta para muitos. Ele explicou: “Isso aconteceu comigo… Eu estava longe do Priest na época, eu estava liderando uma banda chamada Two com John 5, que agora está com o Rob Zombie. E [em 1998] eu estava dando uma entrevista à MTV e falando sobre música e blá blá blá. E então eu disse ‘Falando como um homem gay do metal…’, blá blá blá… E esse trecho da entrevista virou a grande notícia na época”, relembra.

Halford conta ainda o quão gratificante foi a resposta do público após a revelação. “Logo após a entrevista à MTV, voltei ao hotel preocupado por ter dito aquilo. Tinha medo das reações. O que houve na sequência foi um derramamento de amor das pessoas que eu nunca tinha tido em toda a minha vida – as cartas, os faxes, os telefonemas de todos da comunidade metal: ‘Rob, nós simplesmente não nos importamos. Nós queremos que você seja quem você é. Queremos que você cante essas músicas. Queremos ver você’. E esse foi um momento tremendamente edificante para mim e também foi um momento tremendamente edificante para o metal, porque, por um longo tempo, o metal era o azarado do rock and roll, não era respeitado… Isso só mostra que nós da comunidade do metal, como nos chamamos, provavelmente por causa da resistência que sentimos por causa da música que amamos, somos os mais tolerantes, os mais abertos, os mais amorosos entre todos os tipos de música que conhecemos no rock and roll. Então foi um grande momento.”

O cantor acabou retornando ao Judas Priest em 2003 mais feliz e confiante do que nunca. “A coisa sobre os gays é que até sairmos do armário, estamos sempre protegendo outras pessoas: ‘Eu não posso fazer isso, porque vai doer fulano’. Estamos tentando viver a vida de outras pessoas e essa é a pior coisa que você pode fazer. Você tem que aprender a amar a si mesmo e viver sua própria vida. Então você pode sair no mundo e tentar descobrir muito mais coisas principalmente sobre si mesmo.”