Venda de CDs e LPs superam downloads digitais pela primeira vez em sete anos

Estaria o público consumidor de música vivendo um momento de nostalgia? Se no início da década os CDs e LPs tinham sido relegados ao limbo após a ascensão dos downloads digitais, o formato físico retoma a força de outrora. De acordo com o relatório de receita do fim de 2017 da RIAA (Recording Industry Association of America, a Associação da Indústria de Gravação da América), os downloads digitais despencaram 25% (faturaram 1,3 bilhão de dólares) em relação ao ano anterior. A receita de produtos físicos, por outro lado, caiu 4% (1,5 bilhão).

De toda forma, a indústria da música cresceu pelo segundo ano consecutivo, alcançando 8,7 bilhões de dólares em receita total. Este é o melhor resultado desde 2008, segundo o relatório. Quase todo o crescimento foi o resultado do aumento contínuo de serviços de assinatura de música paga, como Spotify e Apple Music. Esses cresceram mais de 50%, para a marca de 5,7 bilhões no ano passado, e responderam por quase dois terços da receita do setor. A mídia física foi responsável por 17%, enquanto os downloads digitais representaram 15%.

Ainda assim, os entusiastas pela mídia física devem comemorar com ressalvas. O CD continua em declínio, diminuindo 6% e marcando 1,1 bilhão em 2017, enquanto o vinil subiu 10%, para 395 milhões no mesmo período. A ascensão consecutiva do vinil foi o “ponto positivo nos formatos físicos”, de acordo com a RIAA. Vale lembrar que a Sony anunciou no ano passado a retomada da produção de discos, em meio ao renascimento do formato analógico. A multinacional japonesa parou de fabricar as chamadas bolachas em 1989 após boom do CD, formato que a própria Sony ajudou a desenvolver a partir de 1982.

Entretanto, as perspectivas para os downloads digitais não são das melhores, pois segundo a RIAA é o terceiro ano consecutivo em que eles registraram queda de dois dígitos. E esta é a primeira vez desde 2011 que eles estão atrás da mídia de música física. Chega-se à conclusão de que os serviços de streaming tem sido os “vilões”, uma vez que para o usuário é mais confortável ter acesso aos arquivos hospedados “na nuvem” em vez de lotar o próprio disco rígido. Mas ainda há uma questão a ser resolvida entre artistas e gravadoras: o pagamento de royalties a partir deste serviço ainda é um tema polêmico nesta relação e urge por uma solução imediata.

O que se vê no cenário atual – em relação aos CDs e LPs – são artistas e gravadoras preocupados em oferecer ao público produtos com qualidade de colecionador. Eventos como o Record Store Day, feiras de vinil, além de empresas que estimulam a produção de toca-discos têm importância cultural neste processo. Soma-se a isto, o fenômeno das “vendas casadas”: artistas e bandas, antes de saírem em turnê, vendem o ingresso da turnê em uma espécie de combo com o CD físico. Recentemente tivemos dois exemplos bem-sucedidos: o Bon Jovi retornou ao topo da Billboard com o álbum This House Is Not For Sale no início deste mês, enquanto que o Metallica retornou ao 2º lugar esta semana com Hardwired… To Self-Destruct. Ambos os discos foram lançados em 2016.

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Fonte: http://portalrockline.com.br/venda-de-cds-e-lps-superam-downloads-digitais-pela-primeira-vez-em-sete-anos

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