RL ENTREVISTA: Garbage

Quando os fãs do Garbage pensam em Version 2.0, a palavra que vem à mente é: HINO. Há 20 anos era lançado o ambicioso segundo trabalho da banda – uma continuação inovadora da estreia autointitulada -, que chamou atenção e permitiu que as mentes criativas pensassem fora da caixa, ou melhor ainda, que eliminassem a maldita caixa completamente. Desde a força pulsante que é “Push It”, passando pela autoconsciente “I Think I’m Paranoid”, Version 2.0 rendeu alguns dos melhores materiais do grupo, provando que música excepcional criada a partir de um lugar genuíno tem poder de permanência.

Embora não seja novidade que Version 2.0 tenha dado ao Garbage um impulso na indústria, seu legado continua vivo. Apesar de ter demorado um pouco a “hitar”, o disco se igualou a Garbage (1995) e ganhou certificados de platina em muitos países. Além disso, arrancou indicações de Álbum do Ano e Melhor Álbum de Rock no Grammy de 1999. O single “Special” também foi indicado em 2000 para Melhor Canção Rock e Melhor Performance Rock por um Duo ou Grupo.

Nesta sexta-feira (22) chega às lojas a versão remasterizada e expandida de Version 2.0. Além disto, neste segundo semestre, a banda embarcará em sua 20 Years Paranoid Tour. A turnê será limitada ao Reino Unido, EUA, Alemanha, França, Holanda, mas outros países possivelmente serão adicionados. Se você viu a banda na turnê 20 Years Queer em 2015, a comemoração dos 20 anos de seu debut, você sabe muito bem que os shows são imperdíveis.

Conversamos com o guitarrista Duke Erikson sobre as atividades da banda previstas para este ano de celebração. E você confere esta entrevista ao Portal ROCKline agora:

Portal ROCKline – Primeiramente, obrigado por nos brindar com um dos melhores álbuns da década de 90. Quais foram os momentos mais felizes ao gravar este disco?
Duke Erikson – Bem, nós nem acreditávamos que conseguiríamos fazer o primeiro disco. Então foi incrível a experiência de fazer o segundo. As melhores memórias são certamente as de estar em estúdio e logo em seguida poder fazer uma turnê como deveria ser. Isto fez com que nos tornássemos uma banda melhor. Para além dessa excitação, houve a pressão para se fazer um segundo álbum já que o primeiro tinha sido bem sucedido. Mas foi o Version 2.0 que nos levou a uma outra atitude quando trata-se de composição. Além do mais, passamos a nos conhecer melhor.

Não me lembro de muitos álbuns de rock que tenham produzido seis singles. É louco. Como foi o processo de escolha de cada um deles?
[Risos] De fato foi loucura trabalhar seis singles. Você se lembra qual foi o primeiro single?

Foi “Push It”.
Esta primeira música de trabalho não foi escolhida de uma maneira muito clara, mas me lembro exatamente do dia em que o single saiu. Estávamos todos em casa com alguns amigos. A verdade é que esta foi uma escolha sem muito esforço. Aconteceu naturalmente e funcionou como um statement, tinha uma mensagem poderosa sobre o álbum como um todo. Essa música tem todos os elementos sonoros que usamos em Version 2.0 e, de certa forma, funciona como uma cápsula para o álbum como um todo. Sobre os outros singles eu não me recordo. Mas como tínhamos contrato com gravadora, eram os chefões quem escolhiam. A recepção do público em geral também acabava pautando a escolha da gravadora. Hoje, como somos independentes, estamos no comando do jogo e escolhemos o que sairá.

Eu acredito que hoje seria impossível lançar seis singles de um único disco. Nos últimos 20 ou 30 anos, vimos a indústria da música mudar tantas vezes. Foi algo positivo ou não?
Hoje é impraticável a ideia. Ao meu ver, a indústria fonográfica está em um momento muito estranho e não faz mais sentido. Estamos nos preparando para gravar um novo álbum e ele será precedido de um single. Mas como banda entendo que precisamos nos adequar às mudanças. Afinal, se a gente lança um álbum, ele precisa alcançar a maior audiência possível. Fiquei bastante satisfeito que nosso último álbum [Strange Little Birds, 2016] teve uma boa recepção, além de ser um dos melhores da nossa carreira.

Discos como Version 2.0 incentivam as pessoas a seguir os passos de outros artistas ao longo do tempo e ver onde eles vão criativamente. Você acha que esse senso de relação entre artistas e discos está se perdendo hoje com streaming e download?
Sem dúvidas. Mas pelo fato do Garbage ser uma banda mais old school, a gente ainda dá muito mais valor ao álbum como uma peça completa do que propriamente os singles. E isso porque acredito que uma música jamais representará o que o artista é. Gostamos muito do formato álbum porque crescemos ouvindo e aprendemos a fazer música desta forma. Ainda há muitos álbuns que ouço do início ao fim porque existe arte relacionada ao conceito de álbuns. Tantos artistas incríveis fazem trabalhos primorosos.

Eu gostaria que você falasse um pouco sobre Shirley, Butch e Steve. Como a dinâmica na banda mudou ao longo dos anos?
Bem. Lá no início eu já conhecia os caras. A Shirley apareceu depois. Levou um tempo até criarmos uma interação. Depois do lançamento do primeiro disco as coisas começaram a andar mais progressivamente em termos de química. Só depois disso passamos a nos sentir como uma banda, de fato, e não uma experiência. Nos últimos anos encontramos uma nova abordagem na maneira que fazemos música juntos. O fato de não haver mais a pressão da gravadora, isso nos deixa mais relaxados para criar.

E as novidades sobre o próximo álbum
Alugamos uma casa na Califórnia – inclusive estou falando daqui – e montamos um mini-estúdio na sala. Estamos trabalhando sem pressa nos arranjos, experimentando coisas novas, improvisando… Acredito que ainda é cedo pra se falar sobre este próximo disco. Mas estamos cheios de boas ideias e estamos nos divertindo bastante.

E agora a última pergunta. Sobre os shows especiais que estão chegando, realmente será uma turnê pequena ou os fãs brasileiros poderão esperar alguns shows por aqui?
Eu amaria voltar ao Brasil. Fizeemos excelentes shows na América do Sul. Apesar destas datas na Europa estarem confirmadas, ainda não novidades sobre estendermos a turnê. Mesmo assim, desesperadamente, adoraria voltar para tocar aqui. Vamos torcer!

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Fonte: http://portalrockline.com.br/rl-entrevista-garbage

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