ENTREVISTA RL: Supercombo fala sobre 3ª e 4ª temporadas do “Session da Tarde” e álbum novo ~ Curte Rock

Se você ainda não ouviu falar do Supercombo, certamente está vivendo em uma bolha. A banda de Vitória, no Espírito Santo, vem pelo segundo ano consecutivo fazendo parcerias com vários artistas – consagrados ou não – de diversos gêneros musicais e está com um novo disco no forno para sair ainda em 2018.

A “Session da Tarde” já reuniu nomes como Dinho Ouro Preto (que comentou ao ROCKline que foi devido ao convite do projeto que o novo single “Não Me Leve a Mal” surgiu), Fresno, Suricato, Vivendo do Ócio, Liniker e os Caramelows, francisco el hombre, Onze:20, Plutão Já Foi Planeta, entre outros. E vem mais por aí! A gente conversou com o Pedro Ramos sobre a terceira temporada, já filmada, uma quarta e o super projeto gráfico do sucessor de “Rogério” (2016).

ROCKline: A característica mais impactante desta segunda temporada da “Session da Tarde” é a diversidade dos convidados, uma galera muito eclética. Como vocês chegaram a esses nomes?
Pedro: A gente já gravou 40 episódios, decidimos que iríamos gravar tudo e toda semana tinha uma gravação diferente. Fomos convidando todo mundo, dos mais próximos aos que a gente não conhecia pessoalmente. E a ideia da ‘Session” era realmente misturar bastante gente, trazer a galera do reggae… a gente ainda não conseguiu trazer a galera do funk e do sertanejo, mas a ideia é realmente misturar. Até para a gente se familiarizar com estilos diferentes, não ficar só no nosso mundinho do rock. E a primeira temporada foi para situar a galera ‘tipo, ó, não chegar na pancada com uma galera muito diferente”. Nesta segunda estão aparecendo uns nomes mais fora do nosso universo ainda. Pra gente está sendo muito massa, estamos aprendendo muito e isso certamente vai refletir no novo disco.

Quer dizer que está tudo gravado?
A gente já gravou 40 episódios. Ficamos quase oito meses, do começo de 2017 até metade do ano, gravando e editando. Ainda tem mais uma temporada que está gravada que a gente deve lançar agora no meio do ano.

Ah, então tem uma terceira ainda por vir!
E uma quarta!

Nossa, então tem mais parceria chegando! E ainda falta selecionar gente do funk e do sertanejo que você falou.
E alguém do pop! (risos) A gente está com tudo gravado até terceira, que seria mais uma até o final, mas a ideia da “Session” é gravar a discografia inteira da banda. Então ainda teria mais uma, uma quarta, que a gente ainda não gravou. Vamos segurar por causa da produção do disco novo.

Você pode adiantar algum nome da próxima temporada?
Para a terceira temporada a gente gravou com a Ana Gabriela e com a Mariana Nolasco. A gente conheceu as duas através da internet. O nosso canal no Youtube acabou abrindo bastante portas para este outro universo que a gente não estava tão ligado que é essa galera da internet que começou lá fazendo covers e agora está fazendo shows pelo Brasil, lançando disco. A Marina está com uma carreira bem massa, um disco novo… foi um lance de abrir novos horizontes para a gente. Foi bem legal!

E a galera que participa acaba adicionando algo bem particular às músicas de vocês, que todo mundo já conhece. Tem alguma colaboração nesta atual temporada que te surpreendeu?
Acho que nessa segunda temporada a minha favorita é a “Labirintite”, com a Carne Doce. Foi uma banda que também nós não conhecíamos pessoalmente, tínhamos visto apenas o show um do outro, mas não tínhamos essa proximidade. A versão ficou muito f***, a Salma tem uma voz muito legal e eles tem esse clima de blues, lá de Goiânia, um negócio que a gente curte muito.

Como é o processo de distribuição das músicas? Vocês liberam a discografia geral da banda para os convidados escolherem?
A escolha das músicas para cada convidado a gente tenta dar uma direcionada, até pelo estilo ou pela letra. Normalmente a gente separa duas músicas para cada artista e manda ‘ó, escolhe aí, a gente acha que tem a sua cara’ e tal. Normalmente a galera aceita o que a gente propõs. Já para definir o que entra em cada temporada, lógico que tínhamos que rolar logo músicas como “Menino” ou “Bomba Relógio”, que a gente gravou com o Lucas, que é também bastante pedida. A gente foi mesclando músicas que achamos importantes e que tinham que ser lançadas junto com artistas que achamos legais e que criariam essa diversidade para mostrar, o porquê do projeto, de ser algo para abrir as fronteiras e se misturar.

E no final todas as músicas vão ser repaginadas, então não haverá reclamação de que ficou algo de fora. E vocês pretendem levar a segunda temporada para os palcos como vocês fizeram com a primeira ou o foco está no CD novo?
A turnê segue rolando, a gente vai meio que emendar uma na outra da “Session”. Terminando todos os lançamentos da segunda temporada a gente segue e vamos misturar as faixas no setlist da turnê.

Você falou que o canal no Youtube abriu portas e antes do nosso papo eu assisti a vários episódios dos vlogs de vocês e legal porque por vários momentos vocês nos levam para situações que não são costumeiramente mostradas pelos artistas, né? Reuniões, viagem de carro de uma cidade pra outra, acampamento na sala, definições de coisas importantes… vocês já se acostumaram com a câmera o tempo todo filmando tudo?
É… (risos). Foi meio que um processo de adaptação. A gente nem postava direito no nosso Instagram e começamos em seguida a ter uma câmera quase 24 horas. A galera já tira sarro porque falou algo de banda, a câmera liga. Mas é bem legal, uma experiência bem bacana. Eu, mais do que os outros integrantes, consumo muito esse conteúdo de Youtube, vlogs, reviews, esse cotidiano.

E as redes sociais estão aí para isso, fazer essa aproximação.
Dá uma aproximada mesmo da galera, é bem legal.

Agora sobre o sucessor de “Rogério”. O que você pode nos adiantar do projeto?
Captamos todos os instrumentos e estamos agora repassando tudo, finalizando as letras e as vozes. Provavelmente até o final deste mês de junho a gente deva estar com o disco pronto, mas não vamos lançar agora, mais pro final do ano. A gente deve lançar os singles antes do disco ainda.

Nos vlogs vocês disseram que o processo está sendo diferente. Que diferença é essa?
A grande sacada desse disco novo é que a gente vai fazer uma história em quadrinhos dele. A gente viajou até Vitória para conversar com o Jean [Diaz], ex-guitarrista da banda, que ele é desenhista de HQ, ele desenha pro mundo inteiro, está sempre nas Cons, e a gente teve ideia de fazer essa história. Uma coisa vai meio que acompanhar a outra. É como se fosse a trilha sonora de um filme, saca? Não é que a letra vai fazer exatamente o que está ali na história, mas tem relação. Provavelmente alguém já fez algo do gênero neste mundo pós-moderno (risos). A gente viu muitos livros acompanhando discos, mas geralmente a história é bem engessada. A letra é muito engessada com a história e às vezes a música deixa de se tornar algo um pouco mais acessível, mais popular. Se você ouvir só o nosso disco você vai gostar ou vai odiar (risos), vai dependender da tua ideia de música, e a história em quadrinhos em paralelo. As duas coisas vão funcionar juntas e também separadas.

Mas só para a gente entender, esse quadrinho estará de que forma atrelado ao disco? No encarte?
Na real, isso é uma coisa que ainda não está 100% definido, mas é possível que a gente não lance algo físico. Tipo assim, ninguém da banda não tem nem onde mais tocar um CD e a gente acredita que isso é um reflexo da sociedade digital que vivemos hoje. A gente vai lançar de forma digital, tentar fazer uma parceria com as plataformas. O foco vai ser na história em quadrinhos e dela vai mandar a galera pro disco. As duas coisas vão sair simultaneamente.

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Fonte: http://portalrockline.com.br/entrevista-rl-supercombo-fala-sobre-3a-e-4a-temporadas-do-session-da-tarde-e-album-novo