Scott Weiland, vocalista do Stone Temple Pilots, morto em 3 de dezembro de 2015. Chris Cornell, frontman do Soundgarden, Audioslave e Temple of the Dog, morto em 18 de maio de 2017. E agora Chester Bennington, cantor do Linkin Park, encontrado morto em 20 de julho de 2017, no dia em que seria aniversário de seu amigo, Cornell. Em apenas 18 meses, três cantores que ajudaram a definir uma geração do som de hard rock sucumbiram à dor emocional que alimentou sua música e fez com que milhões de álbuns fossem vendidos ao longo das últimas três décadas.
Os laços que os ligam eram muitos.
Bennington, assim como Cornell, foi encontrado morto com sinais de enforcamento em um espaço de dois meses. Os frontmen do Linkin Park e dou Soundgarden se conheceram em 2007 e excursionaram juntos no ano seguinte, na turnê “Projekt Revolution”; Bennington costumava se juntar a Cornell para cantar o clássico “Hunger Strike” do Temple of the Dog, e chegou a cantar “Parabéns a você” para comemorar o 44º aniversário de Cornell num daqueles shows. “Eu sou um fã. Eu acho que esse é o aspecto mais importante do porquê eu faço o que faço e como faço isso”, disse Bennington à Rolling Stone em 2008. “Eu tenho que tocar com muitos caras que cresci amando; eu vou cantar no palco com Chris Cornell. É muito pra mim, não parece ser real.”
Bennington mais tarde se tornou padrinho do filho de Cornell e cantou “Hallelujah”, de Leonard Cohen, em seu funeral em maio. “Você me inspirou de muitas maneiras que você jamais imaginaria”, escreveu Bennington a Cornell em uma carta aberta após sua morte. Na manhã desta última quinta-feira, em resposta à morte de Bennington, a esposa de Cornell, Vicky, lamentou a partida do músico: “Justo quando pensei que meu coração não poderia mais sofrer…”
O relacionamento de Bennington com Weiland foi diferente – o co-fundador do Linkin Park o substituiu como o cantor dos Stone Temple Pilots em 2013. Ambas as bandas se encontraram em 2001 durante a Family Values Tour, mas Bennington absolutamente idolatrava o Stone Temple Pilots e Weiland como uma criança. Em várias entrevistas, Bennington disse que ser membro do STP era seu sonho de toda a vida. Isso ocorreu quando os integrantes estavam brigados com Weiland e fizeram o convite a Bennington para uma turnê e a gravação de um EP com cinco faixas. “High Rise” foi creditado como “Stone Temple Pilots with Chester Bennington”. “Cresci ouvindo esses caras. Quando essa oportunidade surgiu, fiquei enlouquecido”, disse Bennington a Los Angeles Estação de rádio KROQ. Apesar de tudo, sua relação com Weiland nunca ficou abalada por ter assumido o posto do amigo. Dois anos depois, Bennington deixaria o STP para passar mais tempo com sua esposa e filhos, além de preparar a volta do Linkin Park.
Na infância, Bennington e Weiland foram abusados sexualmente por homens mais velhos. Em seu livro “Not Dead & Not For Sale”, Weiland escreveu que quando ele tinha 12 anos “um professor do ensino médio, que pegava ônibus comigo todos os dias para a escola, me convidou para sua casa. O cara me estuprou. Foi rápido, não agradável. Eu estava com muito medo de contar a alguém. Esta é uma lembrança que eu sofri até há alguns anos, quando, na reabilitação, veio de volta às minhas memórias”. Bennington também já havia relatado o abuso sofrido aos 7 anos por um amigo mais velho. “Eu fui espancado e forçado a fazer coisas que eu não queria fazer. Destruiu minha autoconfiança. Como a maioria das pessoas, eu estava com muito medo de dizer qualquer coisa. Eu não queria que as pessoas pensassem que eu era gay ou que estava mentindo.”
Todos os três travaram luta contra drogas, álcool e depressão. Temores pessoais que refletiam nas letras de suas canções. O Soundgarden surgiu em meados da década de 1980 na crescente cena de Seattle antes que a banda – e seus contemporâneos – explodissem mundo afora. Eles tiveram um som artístico, pesado, mas vulnerável, que alcançou seu ápice popular após o lançamento de “Superunknown”, em 1994, que rendeu à banda um Grammy. Foi o álbum que trouxe os gemidos de Cornell às massas e que jogou luz sobre o amaldiçoado Andrew Wood, que morreu por uma overdose de heroína durante o projeto Temple of the Dog, que Cornell participava junto de alguns membros do Pearl Jam.
Em seguida, veio o Stone Temple Pilots. Oriundos de San Diego, Califórnia, a banda tinha um Scott Weiland que desafiava os padrões vigentes em suas vestimentas e cantava sobre suas lutas com o toque moderno e colorido do glam e do classic rock. Bennington, que mergulhou na fonte de ambas as bandas, juntou-se ao Linkin Park em 1999, lançando na sequência uma série de álbuns que atingiram um sucesso monumental com seu som pesado, mas moderno, com pitadas de eletrônico e hip hop. A banda foi muitas vezes injustamente enraizada no gênero nu-metal ao lado de bandas como Korn, Limp Bizkit e Disturbed, mas estavam muito mais dispostos a experimentar, como no miniálbum “Collision Course”, em parceria com o rapper Jay-Z.
Os três cantores também desempenharam um papel semelhante para seus fãs; Soundgarden e Stone Temple Pilots atingiam os roqueiros e desajustados da Geração X, enquanto o Linkin Park fazia o mesmo pela Geração Millennials a cargo de hits monstruosos como “Numb”, “Crawling”, “In The End” e “One Step Closer”. Muitos dos fãs reagiram à perda de Bennington nas redes sociais, lembrando como sua voz os guiou pelo anos colegiais e publicou suas letras favoritas. Um meme com a letra de “Leave Out The Rest”, do álbum “Minutes To Midnight” (2007), foi uma das mais publicadas: “I’m strong on the surface / Not all the way through / I’ve never been perfect / But neither have you (Eu sou forte na superfície / Não por todo o caminho / Eu nunca fui perfeito / Mas tampouco você).”
Não julguemos as razões de Bennington, Cornell ou Scott. O que precisamos neste momento é de amor ao próximo. Pois é ele que poderá salvar uma pessoa próxima de você da “escuridão” da depressão.
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