RL Entrevista: “A verdade, nesse momento, é que o mundo está muito louco” afirma Randy Bradbury, baixista do Pennywise

Prestes a desembarcar no Brasil, conversamos com Randy Bradbury, baixista do Pennywise, sobre o disco novo, shows no Brasil e se o momento político no mundo é uma boa para ter uma banda de punk rock. A banda se apresenta em Fortaleza nesta quinta (Complexo Armazém), na sexta no Rio de Janeiro (Hub RJ), no dia 1º de dezembro em São Paulo (na Arena Barrafunda) e encerra a turnê do álbum “Never Gonna Die” no dia 02 de dezembro em Curitiba (na Sociedade Abranches).

“Never Gonna Die” é o primeiro disco que a banda escreve junto desde o retorno do Jim Lindberg a banda. Como foi esse processo? Houve alguma mudança ou seguiu sendo o mesmo processo como era desde o início?
Cara, a verdade é que nunca é fácil. A gente não quer se repetir e ao mesmo tempo, também não temos vontade alguma de nós afastarmos do som que sempre fizemos, então acaba sendo um processo mais complicado que é o de se reinventar dentro daquele espaço que é o nosso som. O Jim ter voltado foi muito legal, somos amigos há muito tempo e ele trouxe muitas idéias. Ele também nos ajudou a organizar tudo que tínhamos feito, então, mesmo sendo um processo difícil, ele acaba ficando mais fácil porque são quatro amigos de muito tempo juntos que já se conhecem e sabem como cada um trabalha. E isso acaba fazendo com que, no final, o processo seja o mesmo desde o primeiro disco.

Aliás, esse disco novo me soa como um disco clássico do Pennywise. Isso foi proposital ou vocês simplesmente deixaram as coisas acontecer sem muito controle?
Bem, a real é que a gente não pensa muito sobre isso, logo, acaba não tendo controle algum sobre. Nós não costumamos apontar qual direção às músicas devem ir, eles apenas saem e se todo mundo curtir, beleza. Se alguém não curtir, abandonamos e partirmos pra outra. E como voltaram a ser os quatro caras que escreveram a maioria dos discos do Pennywise juntos, acaba sendo natural que ele tenha esse clima clássico, o que pra nós – e creio que pro público também – seja muito bom.

Apesar de soar como um disco clássico de vocês, hoje todos na banda tem família, as visões de mundo mudaram e as histórias de vida são mais amplas também. Você percebe essas mudanças também no som e nas letras do Pennywise?
Com certeza. A visão que temos hoje é completamente diferente de quando a banda surgiu, estamos mais velhos, temos outros seres humanos que dependem de nós e também nos ensinam várias coisas novas todos os dias. Por outro lado, certas coisas não mudam, mesmo com a gente ampliando o nosso gosto musical. Por exemplo, eu gosto de reggae, mas o Pennywise não vai fazer um disco de reggae, entende? A gente curte Slayer, mas também não vamos seguir por esse caminho. Enfim, é um aprendizado diário, mas os pilares seguem ali, intactos.

“Never Gonna Die” é um título que me transmite a sensação de que o Pennywise é uma banda imparável, mesmo depois de 30 anos de estrada. Você sente a mesma coisa?
Sinceramente, não. *risos*

Que fique claro que isso não quer dizer que há algum problema entre nós, nada. O clima está ótimo, todos estão felizes com a banda e a gente sente e acredita que ainda temos muito a oferecer. Mas, pessoalmente, eu gosto muito de mudar porque não acredito em felicidade quando você faz a mesma coisa a vida inteira exatamente da mesma forma. Eu realmente acredito no punk rock, acredito que é um tipo de música que sempre vai se fazer presente e ele sempre trouxe mudanças junto com ele. Acredito que ele sim é imparável por conta da força que sempre teve.

Há dois anos a América elegeu Donald Trump e há pouco o Brasil elegeu Jair Bolsonaro, um candidato que diz se espelhar no Presidente americano. Nos anos 70 e 80 o punk rock e o hardcore emergiram justamente por conta desse crescimento da direita no mundo. Como esse cenário se repete agora, você acredita que esse é um bom momento para esse tipo de banda?
Com certeza. O punk rock e o hardcore sempre foram ligados ao povo e quando a população passou a ser oprimida, o grito de basta veio justamente através dessas bandas. A verdade, nesse momento, é que o mundo está muito louco. Por mais experiência de vida que a pessoa tenha, está muito difícil compreender o que se passa na cabeça de quem está no poder. Por outro lado, preciso ser racional: não concordo com quem comanda meu país, mas não torço para tudo que ele propõe dar errado porque, se isso acontecer, eu e todo o povo somos prejudicados. A real é que essa conta sempre é enviada ao povo e jamais ao governantes. Então, já que é o que temos, que a gente coloque o bloco na rua sempre que algo nos desagrade. Mas que é um momento muito louco no mundo, disso eu não tenho dúvidas.

Falando sobre os shows no Brasil: o que os fãs podem esperar dessas apresentações? Como tem sido tocar essas músicas novas ao vivo e principalmente, como tem sido a reação do público a essas novas canções?
Nós somos o tipo de banda que quando lança um novo disco, gosta de mostrar as pessoas todo ele. Então, eu ainda não sei quantas músicas dele vamos tocar ao vivo aí, mas com certeza serão muitas. Até agora, a recepção a elas têm sido ótimas e, aproveitando o que você disse lá no início, parece de fato músicas clássicas do Pennywise, o que acaba deixando a gente ainda mais a vontade e com mais vontade de tocá-las ao vivo. Então, se eu posso deixar um recado a todos aqui é: vão ao show que vocês não vão se arrepender! Vai ser uma celebração da vida, do punk rock e com certeza tudo isso regado a muita cerveja! *risos*

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Fonte: http://portalrockline.com.br/rl-entrevista-a-verdade-nesse-momento-e-que-o-mundo-esta-muito-louco-afirma-randy-bradbury-baixista-do-pennywise

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