RL Entrevista Shaman: a volta de um ícone nos braços do povo

Hugo Mariutti, guitarrista do Shaman – um dos maiores nomes do metal nacional – diz que a banda ouviu a voz do povo e retoma carreira triunfal para um acerto de contas com a própria história.

Foto: Reprodução Facebook

Foram doze anos separados. O que motivou essa volta do Shaman?
Definitivamente, foi o apelo dos fãs. Durante todo esse tempo, a galera sempre criava comunidades sobre a banda na internet e mandavam mensagem pra gente pedindo a volta da banda. Nós conversávamos sobre, mas sempre acontecia algo que impedia o acerto. Paralelo a isso, muita gente pedia a volta da banda porque não conseguiu assistir ao vivo a formação original pela pouca idade ou por outros motivos, eles apenas conheciam os discos. Então, essa mobilização deixou a gente espantado e nós conseguimos acertar os ponteiros e voltamos.

E depois de todo esse tempo separados, como foi esse reencontro para tocar juntos novamente?
Foi engraçado porque a impressão que deu foi que nós estávamos ensaiando regularmente, pareceu que o tempo não passou. Nós começamos a passar as músicas do “Ritual”, nosso primeiro disco, e foi tudo saindo tão naturalmente que todo mundo ficou espantado. Algumas canções a gente tocava na carreira solo do André (Matos, vocalista da banda), mas outras nós não tocávamos há muito tempo e tudo fluiu tão fácil que a gente ficou muito feliz. Foi um dia inteiro de ensaios e foi mágico!

E hoje, olhando para trás, você acredita que a separação da banda há 12 anos atrás foi realmente necessária ou você acha que vocês poderiam ter esperado um pouco mais e tentado uma outra solução?
Eu acredito que tudo tem um propósito. Óbvio que, se a gente não se separasse naquela época, hoje, muito provavelmente, não teria toda essa mobilização para com a banda, mas sempre fica aquela sensação de que algumas coisas poderiam sim ter sido resolvidas de forma diferente. O grande lance é que as coisas não estavam boas naquela época e só quem sabe mesmo é quem viveu isso. Eu não costumo olhar muito para trás e me arrepender daquilo que fiz, mas, pelo meno,s da minha parte, a decisão tomada naquela época foi muito segura e é inegável que ela nos trouxe até aqui.

“Fairly Tale”, single do primeiro disco, foi um sucesso estrondoso e vocês conseguiram chegar aonde nenhuma banda de metal nacional conseguiu que é de entrar na trilha sonora de uma novela global. Isso acabou gerando uma pressão da gravadora para que o álbum seguinte tivesse um outro sucesso como esse?
Não. Isso não aconteceu porque nós licenciávamos nossos discos, então, quando entregávamos os discos a gravadora eles já estavam prontos. Com isso, sempre tivemos muita liberdade para fazer nossas músicas. A única pressão talvez viesse de nós mesmos porque o nosso objetivo era sempre entregar um disco com o máximo de qualidade possível dentro daquilo que a gente se propunha a fazer e ainda assim, ninguém falava dessa pressão interna nossa para o outro. *risos* Mas, a verdade é que essa pressão, caso existisse, com certeza atrapalharia, né?

E agora, com essa volta, eu imagino que todo mundo já esteja cobrando de vocês um disco novo. E aí, há essa possibilidade?
A gente tá fazendo as coisas com muita calma, passo a passo. É engraçado porque era para ser apenas um show de reunião, aí apareceram mais shows e muita gente tem vindo pra nos ver, a recepção tem sido incrível e por muitas vezes a gente se pega muito emocionado com o carinho de todo mundo com a gente. Sinceramente, eu não sei o que vai acontecer. Estamos deixando as coisas fluírem naturalmente como tem que ser e quem sabe, né?

E convites para shows no exterior já estão acontecendo?
Sim. Tem muita coisa acontecendo, muitos convites, mas a gente precisa organizar as coisas de uma forma que tudo fique bem equalizado e não atrapalhe também os outros projetos que temos. Mas, sim, tá rolando muitos convites e a gente tá muito feliz com isso.

Como tem sido emocionalmente esses shows pra vocês? Eu imagino que seja meio catártico olhar todo aquele público cantando junto, vocês se olhando ali no palco…
Com certeza. O primeiro, em especial, foi muito assim porque, mesmo com todos os shows na bagagem que temos, voltar depois de todo esse tempo separados é sempre muito emocionante. Isso se dá também porque nós vivemos muita coisa em pouco tempo, o Shaman teve uma ascensão meteórica, então tudo conosco sempre foi muito intenso.

E pra esse show no Rio, o que vocês estão preparando? Eu lembro que toda vez que vocês vem ao Rio, a coisa sempre flui muito bem…
Sim! Aliás, pra mim, de todos os shows com o Shaman, o melhor que eu fiz até hoje foi no Rio no dia seguinte a gravação do nosso DVD. No dia anterior nós gravamos esse show e tínhamos convidados, logo, você acaba tenso além do normal, fica mais travado porque é uma gravação e tal e no dia seguinte, aí no Rio, a gente tocou mais relaxado e foi muito acima da média, pelo menos pra mim. Nesses shows da volta, a gente tá tocando os dois discos na íntegra e rola também alguns truques de luz, enfim, algo realmente especial que a ocasião pede. Nós ensaiamos muito, está tudo muito redondo e eu tenho certeza que a galera vai ficar amarradona!

:::Serviço:::
Shaman no Rio de Janeiro
Data: 02/12/2018 (domingo)
Local: HUB RJ (Av. Professor Pereira Reis, 50, Porto Maravilha. Próximo à Rodoviária Novo Rio)
Horários: Portas 16h/ Shows a partir de 17h.
Banda convidada: Rec/All
Ingressos:
Pista 3° lote: Meia – entrada Solidária (ingresso válido com 1kg de alimento não perecível): R$ 100
Classificação etária: 18 anos.
Maiores de 14 anos entram somente acompanhados de um responsável maior de 21 anos, mediante documento original e assinatura de termo de responsabilidade na entrada do evento.

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Fonte: http://portalrockline.com.br/rl-entrevista-shaman-a-volta-de-um-icone-nos-bracos-do-povo

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