Dado e Bonfá revisitam os álbuns “Dois” e “Que País é Este” e reafirmam a força do repertório da Legião Urbana

Foto: Cleomir Tavares

Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá voltaram mais uma vez ao Km de Vantagens Hall (antigo Metropolitan) na noite de sábado (15) para reafirmarem a força do repertório da Legião Urbana. Após a bem-sucedida turnê comemorativa de 30 anos do álbum de estreia, os membros remanescentes se juntam aos vocais de André Frateschi, a guitarra e violão de Lucas Vasconcellos, os teclados e programações de Roberto Pollo e o baixo de Mauro Berman – que também assina a direção musical do show – e revisitam os álbuns Dois (1986) e Que País é Este 1978/1987 (1987).

Se na turnê de 2015 o álbum Legião Urbana era tocado na íntegra e na ordem em que as faixas foram dispostas, desta vez Dado e Bonfá optaram por entremear as canções de seus segundo e terceiro álbuns. A exceção no repertório foi a curta e instrumental “Central do Brasil”, do álbum Dois. Às 22h30, os músicos subiram ao palco ao som de “Rise” (1986), em gravação original do Public Image Ltd., já regravada pela Legião Urbana em seu Acústico MTV (1992).

Com uma cenografia mais simplista, sem grandes telões e calcado na música, a banda emenda quatro clássicos em sequência – “Daniel na Cova dos Leões”, “Quase Sem Querer”, “Eu Sei” e “Índios” -, sem espaço para o público respirar. Apenas em “Acrilic On Canvas” a potência diminui um pouco para que o fôlego possa ser recuperado. Há de se ressaltar a generosidade de Dado e Bonfá, que em momento algum se colocam como “líderes” e deixam o talentosíssimo André Frateschi à vontade para entreter a plateia. Se falta o peso e a dramaticidade de Renato Russo em alguns momentos, sobra energia para comandar o espetáculo à sua maneira.

Nos poucos momentos de conversa com o público, houve espaço para política. Dado mencionou a citação da frase “o futuro não é mais como era antigamente” extraída da letra de “Índios” no discurso de posse do novo presidente do STF, Dias Toffoli. E enquanto cantava “Conexão Amazônica”, o guitarrista trocou a letra da primeira frase para “estou cansado de ouvir falar em Bolsonaro“, em clara oposição ao candidato à presidência da República. Houve um coro, ainda que tímido, de “ele não“, em alusão à hashtag #elenao que viralizou nas redes sociais nos últimos dias.

Chega a ser difícil enumerar o que não é “clássico” em um setlist onde o público canta fervorosamente quase todas as músicas, incluindo as mais obscuras como “Metrópole”, “Depois do Começo” ou “Plantas Embaixo do Aquário”. Frateschi define bem a perenidade dessas letras: “Essas canções ajudaram a formar nosso caráter. São músicas que correm nossas veias”. Como prometido, o bis contou com cinco clássicos de outros discos, mas em ordem de apresentação diferente do que havia rolado uma noite antes em Santos. Na apresentação carioca, “Perfeição” foi a escolhida para encerrar os trabalhos, com menção a “Lithium” (1991), do Nirvana, como Renato costumava cantar nos shows da turnê do álbum O Descobrimento do Brasil (1993).

O novo show tem fôlego para rodar o Brasil por longos meses e comprovar (mais uma vez) que a força do repertório da Legião Urbana está instituída na memória musical do rock brasileiro. Se a reação dos fãs não é catártica como nos tempos de Renato Russo à frente da banda que criou, a troca de carinho com Frateschi é bastante generosa. Alheios às brigas judiciais com Giuliano Manfredini, filho de Renato, Dado e Bonfá evitam falar sobre o assunto e querem saber de música. Justiça seja feita, as canções da Legião Urbana seguem atualíssimas e necessárias no Brasil de agora.

Clique para exibir o slide.

SETLIST:
1. Daniel na Cova dos Leões (Dois, 1986)
2. Quase Sem Querer (Dois, 1986)
3. Eu Sei (Que País é Este: 1978/1987, 1987)
4. “Índios” (Dois, 1986)
5. Acrilic On Canvas (Dois, 1986)
6. Tédio (com um T bem grande pra você) (Que País é Este: 1978/1987, 1987)
7. Mais do Mesmo (Que País é Este: 1978/1987, 1987)
8. Metrópole (Dois, 1986)
9. Química (Que País é Este: 1978/1987, 1987)
10. Plantas Embaixo do Aquário (Dois, 1986)
11. Depois do Começo (Que País é Este: 1978/1987, 1987)
12. Conexão Amazônica (Que País é Este: 1978/1987, 1987)
13. Música Urbana 2 (Dois, 1986)
14. Eduardo e Mônica (Dois, 1986)
15. Faroeste Caboclo (Que País é Este: 1978/1987, 1987)
16. Que País é Este (Que País é Este: 1978/1987, 1987)
17. Angra dos Reis (Que País é Este: 1978/1987, 1987)
18. Andrea Doria (Dois, 1986)
19. Fábrica (Dois, 1986)
20. Tempo Perdido (Dois, 1986)

BIS:
21. Vento no Litoral (V, 1991)
22. Giz (O Descobrimento do Brasil, 1993)
23. Há Tempos (As Quatro Estações, 1989)
24. Será (Legião Urbana, 1985)
25. Perfeição (O Descobrimento do Brasil, 1993)

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Fonte: http://portalrockline.com.br/dado-e-bonfa-revisitam-os-albuns-dois-e-que-pais-e-este-e-reafirmam-a-forca-do-repertorio-da-legiao-urbana

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