RL ENTREVISTA: Renascimento é a palavra mais constante no dicionário do Barão Vermelho

Batemos um papo com Fernando Magalhães, guitarrista da banda, que sentencia: “a entrada do Rodrigo foi um alinhar dos planetas”.

Foto: Leo Aversa

RL – O Barão está lançando o primeiro single inédito depois de muitos anos “A solidão te engole vivo” que tem uma letra muito forte e é a primeira canção com o Rodrigo Suricato no vocal. Me fala um pouco sobre essa música e como foi essa entrada do Rodrigo…
A música é minha, do Maurício e do Guto, mas a letra é do Guto. E sim, realmente ela tem uma letra muito forte, principalmente se levarmos em consideração toda essa polarização que tomou conta do país por causa das eleições e do quanto esse comportamento isolou as pessoas, seja em relação a familiares e ou amigos. Eu sinto que não é um caminho bom pra ninguém, mas também não se trata de um recado a alguma pessoa em específico, até porque, eu não sei exatamente o que se passava na cabeça do Guto quando ele escreveu, mas acabou sintetizando exatamente o que nós pensamos e por isso ela tá aí, lindona como canção e com essa letra sensacional.

E sobre a entrada do Rodrigo…
Foi um alinhar dos planetas! A gente se conheceu na estrada porque quando eu estava tocando com o Rodrigo Santos (ex-baixista do Barão), nós fizemos alguns shows com a Suricato e algumas vezes, ele nos disse que era muito fã da banda, mas não passou disso, uma relação meramente cordial. Nós sempre o achamos muito talentoso e ficamos de olho nele sem ele saber, é claro! *risos* Aí, eu lembro quando o Suricato tocou no Rock in Rio, eu estava assistindo em casa e ele, de maneira espontânea, pegou uma bandeira que estava escrito “Volta Barão!”. Eu fiquei extremamente lisonjeado com a homenagem e comentei com a banda, já que, paralelamente a isso, nós já estávamos conversando para voltar aos trabalhos. Conversamos sobre o acontecido no Rock in Rio e o Maurício entrou em contato com o Rodrigo e o chamou para um ensaio. Resultado: nesse primeiro ensaio, o Rodrigo tocou 19 músicas com a gente e ele que foi puxando uma atrás da outra! O cara sabia tudo do Barão. Nos acertamos, o flerte virou namoro, depois casamento e esse single é o nosso primeiro filho… *risos*

E como o Frejat reagiu a isso tudo?
Olha, que fique claro: todos que por aqui passaram seguem sendo amigos e amam o Barão até hoje. O Roberto desenhou uma carreira solo pra ele, está seguindo estritamente o planejado por ele e nós respeitamos muito isso. Nas vezes que o Barão foi e voltou, a gente sempre se divertiu muito, mas ele é um cara tão focado nos objetivos que, na última vez, eu acho que ele não se divertiu tanto porque essa volta acabava travando o trabalho e o planejamento dele. Conversamos, ele entendeu tudo e deu o aval dele como gentleman que é. E claro, ele segue amando a banda como eu disse, foi ele quem criou tudo isso e foi muito generoso conosco nessa saída também.

Até fazendo um gancho com essa questão da música nova e também da divisão política do país, quem acompanha o Barão jurava que a banda não voltaria com a mesma formação graças às posições políticas tão divergentes entre o Guto e o Rodrigo Santos. Aí, um pouco depois da volta da banda, o Rodrigo saiu. O clima também pesou dentro do Barão?
Não foi isso. O caso do Rodrigo foi a mesma coisa do Roberto: ele tem uma série de projetos que, por conta da agenda, acabaria comprometendo um dos lados. E ele optou por seguir a carreira solo dele, o projeto com o Andy Summers (guitarrista do The Police) e outros trabalhos que ele tem feito. Eu toquei com ele todos esses anos de inatividade do Barão e posso afirmar: de fato, não tinha como conciliar tudo, seria humanamente impossível. Então seguimos todos amigos, porém, cada um para um lado, mas com o carinho e a amizade entre nós intacta.

E esse disco novo, já tá sendo feito? Já tem nome, produtor e etc? O que você pode nos adiantar sobre ele?
Nós já temos algumas músicas e já já vamos começar a gravar. Estamos na fase de lapidar ainda mais o material pra ele ficar mais bonito do que já está, modéstia à parte. Quanto a produção, vai ficar a cargo do Maurício (Barros, tecladista e fundador da banda). É engraçado porque todos na banda são produtores, mas a gente precisava eleger um chefe para organizar toda a bagunça e acabou que o Maurício foi o escolhido! *risos* Ele montou o Barão junto com o Roberto e sabe exatamente como a banda deve soar, mesmo após todos esses anos. Então, nada mais natural. E eu tenho certeza que ele vai entregar um trabalho incrível, à altura do que é o Barão Vermelho.

O Barão há anos lança os discos pela Warner e desde o último lançamento, tudo mudou, hoje há os serviços de streaming, o disco físico, infelizmente, perdeu espaço e muitos artistas foram para a independência. Qual é o status de vocês com a gravadora e como vocês enxergam essas novas mídias?
Quanto a gravadora, não tem mais. Nós não temos mais contrato com a Warner, então também somos / estamos independentes. Por outro lado, temos um escritório que cuida da nossa carreira e essa parte dos serviços de streaming estão incluídos, o que faz com que a gente fique bem tranquilos já que quem cuida dessa parte é extremamente competente. Eu também acho uma pena a experiência de ter um disco físico em mãos ter sido perdida, porém, ao mesmo tempo, a humanidade em sua grande maioria seguiu por aí e nós não podemos andar na contramão. Se é por ali que a maioria das pessoas vai chegar ao Barão, que assim seja.

Outro dado interessante é que o Rodrigo já chegou com a estrela brilhando, vocês acabaram de tocar em Miami…
Queridão, foi sensacional. Há muita gente fora do país que não via o Barão há anos e teve essa oportunidade agora. E verdade seja dita: foi mágico mesmo! Vamos ver se depois que o disco sair a gente repete a dose e espalha isso para outros continentes, né?

O último show do ano acontece aqui no Rio de Janeiro, terra natal da banda, no Circo Voador, palco que vai receber agora a terceira encarnação do Barão. Acaba sendo diferente tocar num local que tem uma história que se confunde e se funde com a de vocês?
A banda teve o Cazuza de frente, depois o Roberto e agora o Rodrigo. Definitivamente, renascimento é a palavra mais constante no dicionário do Barão. E lá vamos nós, dia 28 de dezembro de 2018, recomeçar a reescrever esse novo capítulo na nossa casa, na nossa cidade, mesmo eu acreditando que o Barão Vermelho há muitos anos é uma banda do Brasil, não de apenas uma cidade. Enfim, eu tenho certeza que vai ser um encerramento de ano maravilhoso e acredito que 2019 vai ser melhor ainda. E espero você e todo mundo que está aqui no ROCKline lá no Circo Voador!

Serviço:  CIRCO VOADOR
DIA 28/12/2018 (sexta)
HORÁRIO: 23h
INGRESSOS:
1o Lote:
Inteira: R$ 100,00
Meia: R$ 50,00
2o lote:
Inteira: R$ 120,00
Meia: R$ 60,00

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Fonte: http://portalrockline.com.br/rl-entrevista-renascimento-e-a-palavra-mais-constante-no-dicionario-do-barao-vermelho

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