Titãs celebram os 30 anos de “Cabeça Dinossauro”

titãs-cabeça-dinossauroEm entrevista ao repórter Lucas Nanini, do site G1, os Titãs repassaram algumas de suas memórias acerca de sua obra-prima, “Cabeça Dinossauro”, que completa 30 anos este mês. Embora refutem a ideia de uma “guinada na carreira”, é inegável que foi a partir deste terceiro disco que a banda ganhou o respeito da crítica e o reconhecimento do grande público, que comprou 250 mil cópias num espaço de um ano.

Gravado entre março e abril de 1986 no estúdio Nas Nuvens, “Cabeça Dinossauro” é o resultado de uma série de acontecimentos na vida do então octeto. O relativo fracasso de “Televisão” (1985) e a prisão de Arnaldo Antunes e Tony Belotto por porte de heroína mancharam a imagem da banda na gravadora. Aquele seria o último álbum previsto em contrato e se não fizesse sucesso, possivelmente eles seriam dispensados. Mas foi a partir desta série de fatos negativos que os Titãs conseguiram transpor toda a fúria dos palcos para sua arte em disco.

titãsOs Titãs durante as gravações de “Cabeça Dinossauro” no Rio de Janeiro

Leia alguns trechos da entrevista onde os integrantes contam um pouco sobre alguns clássicos do disco:

Polícia:
“Eu não canto nos Titãs. Quando apresentei ‘Polícia’ para a banda, nenhum dos vocalistas se apresentou para cantar. Eu tinha imaginado o Paulo [Miklos] cantando, mas ele preferiu ‘Estado violência’. Aí grilou o Britto o fato de ele só estar cantando duas músicas, e ele acabou escolhendo ela”, diz Tony Bellotto, autor do hit.

“Ninguém queria cantar. Quando o Tony mostrou a música, mostrou no violão, ela não parecia ser aquilo que na verdade era. A gente pode se enganar, acho que não estávamos com os olhos abertos para ver suas virtudes. Até na hora de registrar a voz, “Polícia” acabou meio que deixada em segundo plano. “Tive pouco tempo para gravar. Passei a voz, chequei o microfone e cantei. Fiquei meio puto, irritado, porque quando chegou a minha vez tive só três minutos”, disse Sérgio Britto.

Igreja:
Outra música que poderia ter ficado de fora foi “Igreja”. Única composição feita exclusivamente por Nando, ela foi uma das últimas a entrar no disco, causou um certo atrito entre os integrantes – Arnaldo não queria gravá-la e chegava a sair do palco durante os shows, no momento em que ela era executada. Com o tempo, o vocalista se rendeu.

“AAUU” e “O Quê?”
A primeira música de trabalho, “AAUU”, foi boicotada em um primeiro momento. A situação mudou depois que o programa Fantástico, da TV Globo, exibiu o clipe.

A segunda música de trabalho foi a eletrônica “O Quê?”, com sua letra-poema circular. O produtor Liminha conta que ficou uma semana inteira trabalhando na composição, que tem bateria eletrônica e efeitos pilotados por ele (DMX e drumulator, como consta na ficha técnica). “A gravadora não podia nem saber que a gente gastou tanto tempo em uma música só, fugiu totalmente dos padrões de trabalho. E ficou bem diferente do original, o Arnaldo mostrou para a gente no violão.”


Fonte: http://ift.tt/292B9oB

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