Casa cheia e devoção ao Florence + The Machine no Rio

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É intrigante assistir ao mesmo show em um espaço de 24 horas e sair com impressões completamente distintas. Foi o que aconteceu na noite desta segunda-feira (14), quando o Florence + The Machine subiu ao palco do Metropolitan. Ao contrário da apresentação de domingo no festival Lollapalooza ou até mesmo no Rock In Rio em 2013, tocar em um local fechado ampliou as possibilidades de uma interação mais franca entre artista e público, que em tom messiânico, lotou a casa de espetáculos carioca.

Com o mesmo vestido azul esvoaçante que utilizou na apresentação paulistana, Florence Welch parece flutuar sobre o palco em alguns momentos. Com vocais dramáticos, guarda lembranças positivas de cantoras como Kate Bush. Uma semideusa que, por vezes, parece estar em conexão com o plano espiritual e em outras se comporta como uma criança tímida perante os fãs.

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O show começou com a música “What The Water Gave Me” e, ao longo de um setlist de 17 canções, a banda mostrou que é possível fazer uma boa performance sem se apoiar em nenhum efeito pirotécnico. Uma grande cortina de espelhos e um projeto de iluminação dramático dão conta de criar a atmosfera dramática. Além da entrega de Welch à cada canção, o grupo se diferencia das demais bandas de rock por ter um harpista, o músico Tom Monger, entre os seus instrumentos principais. Seu dedilhado de pegada rock-barroca ganha ênfase ao vivo, como na parte final do hit “Shake It Out”. Ainda que a banda de apoio boa parte do tempo à sombra de Welch, os fãs gritavam o nome de cada um deles em alguns intervalos entre uma música e outra.

Canções mais recentes como “Ship To Wreck” e “Delilah” também tiveram boa aceitação do público, que cantava todas as músicas em alto e bom som para o espanto de Florence, que declarou que aquela plateia era a mais “barulhenta” que já havia tocado. Antes de “How Big, How Blue, How Beautiful”, faixa-título do mais recente álbum, a cantora fez uma revelação: “Essa música começou a ser composta logo após minha primeira vinda [ao Brasil]. Vem de um sonho em que havia um grande azul sobre todas as coisas e eu quero dar isso a vocês agora”.

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Talvez o segredo de tamanha adoração à ruiva seja a aproximação com seus fãs. Em “Rabbit Heart (Raise It Up)” e “What Kind Of Man”, Welch literalmente se joga para o público e chega a “brigar” com o segurança que está ali apenas para zelar por sua integridade física. Tamanha dedicação a fez quebrar o pé no ano passado ao pular do palco no festival Coachella. Ainda assim, não economiza nos rodopios e corridas de um lado para o outro em hits como “Spectrum” e “You’ve Got The Love”.

Ao fim do set principal com a indefectível “Dog Days Are Over”, é a vez dos fãs se mostrarem “possíveis”. Numa das pausas do hit, Florence comanda um abraço coletivo e pede para que as pessoas digam umas às outras que se amam. Certamente, o ápice desta apresentação. Ainda houve espaço para um bis com “Which Witch” (demo de “How Big, How Blue, How Beautiful” que foi muito pedida pelos fãs durante o show), o single “What Kind Of Man” e, por fim, “Drumming Song”, quando a cantora sai literalmente correndo do palco sem uma despedida formal. Volte ao Brasil na mesma velocidade, Florence!

SETLIST
1- What The Water Gave Me
2- Ship To Wreck
3- Shake It Out
4- Bird Song Intro
5- Rabbit Heart (Raise It Up)
6- Delilah
7- How Big, How Blue, How Beautiful
8- No Light, No Light
9- Heartlines
10- Sweet Nothing
11- Queen Of Peace
12- Spectrum
13- You’ve Got The Love
14- Dog Days Are Over
___________

15- Which Witch
16- What Kind Of Man
17- Drumming Song

FOTOS: Marcello Pacheco Sá Barretto


Fonte: http://ift.tt/1MmE08k

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