KURT50: Da infância feliz aos primeiros dias de fama

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Kurt Cobain nasceu pobre, mas cresceu feliz até ao divórcio dos pais. Passeou durante anos entre casas de familiares e amigos até conseguir o primeiro local a que chamou ‘casa’. No dia em que o líder do Nirvana faria 50 anos, repassamos sua história desde a infância a um homem que confessava aos amigos querer tornar-se uma estrela de rock e morrer como o ídolo Jimi Hendrix.

Com os primeiros passos, surgiram as primeiras demonstrações de talento. E se aos 4 anos já improvisava, numa miniatura de piano de brincar, uma canção original sobre uma ida ao jardim, nos primeiros anos foi no desenho que se destacou. “Nunca pensei que ele fosse pela música. Sempre achei que faria vida na arte [visual]. Era mesmo muito talentoso no desenho”, conta Leland Cobain. Se desenhava Mickey e o Pluto, também desenhava lobisomens e já demonstrava talento para a música aos 2 anos, garante o avô, já tentava cantar “Hey Jude”, dos Beatles, e aos 4 reproduzia ao piano as melodias que ouvia.

Foi feliz até os 9 anos, momento em que os seus pais, Donald e Wendy, se separaram. Até esse momento, mesmo que com poucas posses e sempre na luta para cumprir todos os pagamentos, pouco lhe faltou. Primogênito de um casal que anos antes tinha casado numa viagem secreta ao estado vizinho de Idaho, passou os primeiros anos no centro das atenções de uma família numerosa. Até a chegada de sua irmã. A atenção passou a ser dividida e surgiram os primeiros problemas: Kurt foi considerado hiperativo e viu-lhe receitada Ritalina, um medicamento que muitos defendem potenciar a apetência para drogas em adulto.

Aos 17 anos, Kurt Cobain era um adolescente problemático. Celebrava a primeira namorada, especializava-se em fazer besteiras e em casa levava mãe e padrasto ao desespero. Durante a primavera de 1984, uma noite haveria de mudar a sua vida. Depois de uma festa entre amigos regada a LSD, regressou a casa da mãe na companhia da namorada Jackie e de uma amiga, à beira de desmaiar pelo excesso de álcool consumido. Sem fazer barulho, subiram os três ao segundo andar da pequena casa, mas para o quarto só dois entraram. A amiga, desmaiada, ficou à porta. Kurt Cobain tinha uma missão: perder a virgindade.

Na vida de Kurt Cobain pouco foi conquistado sem sofrimento. Perder a virgindade, valeu-lhe quatro meses a viver pelas ruas de Aberdeen, os mesmos que, anos mais tarde fantasiava na letra de “Something in the Way”, música que encerra “Nevermind”, o disco que o elevou à categoria de estrela de rock. Encontrou abrigo nos prédios abandonados no centro da cidade, especializou-se a ocupar os corredores dos prédios habitados e com aquecedor central desenroscava a lâmpada do teto para dormir descansado e acordava ao nascer do sol para não ser visto e em caso de urgência última socorria-se da sala de espera do Grey Harbour Community, o hospital onde nascera.

No verão seguinte, procurou abrigo em casa do tio Jim, casado e com uma filha, em Aberdeen, e fez duas descobertas que acabariam por acompanhá-lo durante a vida: as aparelhagens de som e a maconha. Mas Jim, além de um convicto usuário, também era fã de música e, pela primeira vez, Kurt teve à sua disposição uma aparelhagem digna desse nome e uma coleção de discos que variava entre Led Zeppelin e os Beatles. Outro tio, Chuck, daria outra contribuição especial para alimentar a crescente fixação em música do jovem Cobain. Membro de uma banda local, Chuck não só o deixava assistir a concertos e ensaios como ainda lhe arranjou as primeiras aulas de guitarra com Warren Mason, guitarrista da banda e celebridade local. No entanto, se na guitarra Cobain viria a encontrar a sua melhor companhia, também seria com ela em riste que se tornaria mais desligado do mundo.

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Se o isolamento social se agravou com a instabilidade familiar, a ideia de suicídio chegou a Cobain ainda antes que ele tivesse, sequer, idade para o perceber. O bisavô materno tinha tentado se suicidar com um golpe na barriga, em frente à família e, dois meses depois, arrancou os pontos que lhe seguravam a ferida. Do lado paterno, a história era ainda mais negra. Dos três irmãos do avô Leland, dois tinham se suicidado, com disparos na cabeça, e o terceiro morrido de overdose alcoólica.

Numa época em que as metanfetaminas e a heroína já faziam parte da ementa semanal, Kurt Cobain não tinha perdido a meta. Ainda que em surdina, entre os amigos mais próximos, confessava que o objetivo era chegar ao topo. Sonhava superar o status do U2 e R.E.M, mesmo quando ainda não recebera o primeiro cachê e a banda que havia montado estava longe de receber os 60 dólares que o Melvins recebia por show. A primeira conquista seria chegar, apresentando-se como Bliss, às ondas da rádio universitária, a KAOS.

Em janeiro de 1988, a banda já entrava nos estúdios da Reciprocal, em Seattle. No final, correra em cinco horas de estúdio para gravar nove músicas e meia. A meio da gravação de “Pen Cap Chew”, a fita acabou e ninguém tinha os trinta dólares extra pelos derradeiros minutos. Jack Endino, que viria a produzir “Bleach”, estava na cabine de som. “Acabou por ser a primeira sessão de estúdio do Nirvana”, contou o produtor.

E o resto é história…

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