Precedido do single “Brianstorm”, Favourite Worst Nightmare saiu há exatos 10 anos. Lançado em 18 de abril de 2007, o segundo disco do Arctic Monkeys chegou, em um primeiro momento, às lojas do Japão e só alguns dias depois é que começou a ser vendido no resto do mundo.
Curiosamente, a faixa que abre o disco e escolhida como o primeiro single foi inspirada numa personagem que conheceram em Tóquio. Brian, o estranho protagonista de “Brianstorm”, esteve nos bastidores de um show da banda para uma conversa ininteligível. Confusos, Alex Turner, Jamie Cook, Nick O’Malley e Matt Helders tentaram desconstruir este encontro através de uma “brainstorm (tempestade de ideias, em linguagem mercadológica)” que, entre descrições e desenhos do momento, deu origem à letra da canção, que rapidamente chegaria ao 2º lugar da parada de singles britânica.
Em meio ao burburinho musical de expectativas e apostas, Favourite Worst Nightmare era tudo o que os fãs da banda poderiam querer. A alternância entre a distorção e a melodia aparece na medida certa, assim como aquela aura moderna, que ao mesmo tempo deixa uma sensação de familiaridade no ouvinte.
Seguindo a proposta do trabalho de estreia, FWN traz temáticas que envolvem principalmente o cotidiano e experiências pessoais. Nada muito profundo nem muito rasteiro, mas com certeza muito direto, sem rodeios ou melodramas. Há também certa ironia nas letras e basta prestar atenção em “This House is a Circus” ou “Fluorescent Adolescent” para sentir a crueza da ‘verdade’ que o Arctic Monkeys propaga.
Das 12 canções do disco (sem contar as duas músicas extras da edição japonesa), apenas duas ultrapassam os três minutos e meio, e muitas estão bem abaixo disto. É a influência do punk e pós-punk que jamais deixaram de estar presentes na Inglaterra e que impregnam – saudavelmente – boa parte do que se seguiu como principalmente a produção atual.
De certo, FWN traz ecos de The Clash e The Smiths sem dificuldade ao longo da audição. O Arctic Monkeys conseguiu se apropriar de tudo isso com classe: riffs orgânicos e marcantes, melodias bem trabalhadas com variação de climas, punch, tempos incomuns e linhas vocais que te conquistam logo no primeiro contato. Quem resiste à preciosidades do quilate de “Teddy Picker”?
É fácil notarmos uma diferença de sentimentos em músicas do álbum como “Only Ones Who Know” (uma belíssima música sobre confiança) ou “505” (que ilustra – e muito bem – aquele péssimo momento de nossas vidas quando um relacionamento começa a se romper). Apesar desses detalhes comoventes (e de certa forma, mais criativo), vemos também a presença da pegada antiga da banda, um som mais rápido, como em “Balaclava” ou “If You Were There, Beware”.
E foi com a turnê de FWN que o Arctic Monkeys se aventurou no Brasil pela primeira vez. Foram três apresentações dentro do extinto TIM Festival. O primeiro show (e o maior deles) aconteceu em 26 de outubro de 2007, no Rio de Janeiro. Cinco dias depois, a banda aterrissava em São Paulo, e fechava a primeira turnê brasileira no dia 2 de novembro, em Curitiba.
À época, o máximo que se poderia esperar dos caras era um “thank you” ou “are you alright?” entre as músicas, mesmo com uma multidão energética, que já sabiam as letras de cor.
Em apenas dois anos o Arctic Monkeys descolou dois álbuns que figuram facilmente entre os melhores deste século. Dez anos se passaram, mais três (bons) discos foram lançados e vimos uma banda florescer para o grande público e se tornar uma das mais poderosas e confiantes em cima do palco.
Ao que parece, Alex, Jamie, Nick e Matt já começaram a pensar no sucessor de AM, lançado no já longínquo 2013. Ao que tudo indica, 2018 será novamente o ano dos “macacos”.
O post Há 10 anos, o Arctic Monkeys lançava o segundo álbum “Favourite Worst Nightmare” apareceu primeiro em Portal ROCKline | É só rock'n'roll!!!.
Fonte: http://ift.tt/2o0dkcu
0 comentários:
Postar um comentário