Seria o Audioslave o maior supergrupo do rock alternativo?

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A reunião do Audioslave vinha sendo ventilada há algumas semanas e, finalmente, Chris Cornell, Tim Commerford, Tom Morello e Brad Wilk estiveram juntos no palco no último sábado (21), no Teragram Ballroom em Los Angeles, para uma pequena apresentação após 12 anos. O evento em questão foi o Anti-Inaugural Ball, organizado pelo Prophets Of Rage para protestar contra a cerimônia de posse do agora presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Foram apenas três canções – “Cochise”, “Like a Stone” e “Show Me How to Live” -, todas do álbum homônimo de estreia lançado em 2002. Ainda não se fala em um novo álbum (o terceiro e último trabalho, “Revelations”, saiu em 2007) ou em uma nova turnê, mas os 15 minutos que estiveram no palco dão a dimensão da grandeza da banda.

No início dos anos 2000, havia um novo supergrupo surgindo em cada esquina. Velvet Revolver, Army of Anyone e The Murderdolls, apenas para citar alguns. Mas um deles estava bem acima do resto: o Audioslave. À época, o Rage Against the Machine e o Soundgarden estavam em hiato indeterminado, mas alguns de seus integrantes mantinham-se inquietos e queriam fazer música. Assim nasceu o álbum de estreia homônimo em 2002. O som da banda não lembrava nada que as duas bandas anteriores pudessem ter feito. Vamos dar uma olhada em alguns dos motivos que fizeram do Audioslave o maior supergrupo do rock alternativo:

“Show Me How To Live”… sem nossas bandas!

Em 1997, o Soundgarden encerrou as atividades após 13 anos. Embora já estabelecidos como uma das melhores bandas do rock and roll, a separação se deu porque o vocalista Chris Cornell resolveu lançar um álbum solo. “Euphoria Morning” (1999) provou que o cantor ainda tinha muito a dizer e era mais do que capaz de produzir música de qualidade, ainda que sozinho. No entanto, apesar das críticas aclamadas, o álbum não alcançou comercialmente o mesmo nível de sua antiga banda.

Os membros do Rage Against The Machine também enfrentavam um futuro incerto. Depois de lançar seu quarto álbum “Renegades”, a banda ficou sem seu vocalista Zack de la Rocha. Muito parecidos com Chris Cornell, os membros do RATM se viram tentando descobrir qual seria o próximo passo.

Os três músicos do RATM se reuniram e decidiram encontrar um novo vocalista para continuarem suas jornadas musicais. O caminho mais óbvio seria buscar alguém que fosse uma espécie de clone de Zack de la Rocha, mas eles preferiram ir de um extremo ao outro e encontraram no caminho… Chris Cornell.

“To Be Yourself… é tudo que você tem que fazer!”

Muitos supergrupos falham porque eles soam como híbridos de suas antigas bandas. O Audioslave escapou deste destino com relativa facilidade. Se eles tivessem tentado escrever “Know Your Enemy” e fizessem Cornell cantar como Zack de la Rocha, não iria funcionar. O Audioslave percebeu isso e forjou um novo território. Definitivamente, o som do Audioslave não soa como Rage Against the Machine ou Soundgarden.

Chris Cornell e Zack de la Rocha são vocalistas incríveis, mas eles não poderiam ser mais distantes em suas entregas e escalas vocais. Cornell simplesmente foi Cornell. E por ser ele mesmo, elevou os integrantes do RATM a um novo nível, musicalmente falando.

Talvez em “Cochise”, primeiro single lançado pelo Audioslave, o novo quarteto se aproxime do que foi o RATM. O riff de guitarra de uma única nota é uma parte icônica do estilo variado e influente de Tom Morello, e nesta faixa ele o faz com perfeição. Mas ao invés de descansar em seus louros, a banda se mudou para um novo território musical. Faixas como “Show Me How To Live” e “Like a Stone” mostram uma sofisticação musical e maturidade. Isto não é “Evil Empire”, bem como passa longe de ser “Superunknown”.

“Fora do exílio”

O Audioslave lançou três álbuns. Sua estreia foi um grande sucesso comercial e conquistou disco triplo de platina nos Estados Unidos. “Out of Exile” (2005) entrou direto no 1º lugar da Billboard e deu à banda mais um disco de platina. Seu terceiro e último lançamento, “Revelations” (2007), estreou na vice-liderança da Billboard e ganhou disco de ouro. Só com esses feitos, o grupo superou muitas outras bandas que levaram 30 anos para igualar tais marcas. O Velvet Revolver, por exemplo, só lançou dois álbuns. Embora aclamados pela crítica, apenas o primeiro foi um grande sucesso comercial. Vale lembrar que o Audioslave não tinha a seu favor a imprensa, nem a exposição midiática do Velvet Revolver e mesmo assim se saiu bem com os críticos e com o público.

Além disso, o Audioslave fez apresentações surpreendentes ao longo de sua história. A banda tocou ao vivo pela primeira vez em 25 de novembro de 2002, mas não foi um concerto comum. Eles apareceram no Late Show with David Letterman tocando no telhado do Ed Sullivan Theatre.

Em 2003, eles participaram do Lollapalooza. Cada membro da banda tinha tocado anteriormente no festival com suas respectivas bandas e em início de carreira. Ao lado do Queens of the Stone Age, Incubus e Jane’s Addiction, o Audioslave abrilhantou um dos melhores line ups da história do evento.

Mas a maior conquista para o Audioslave, no entanto, foi se tornar a primeira grande banda de rock americana a tocar em Cuba. Seguindo a perspectiva socialmente consciente do Rage Against The Machine, o Audioslave foi a banda perfeita para ter essa distinção.

“Revelações”

Como todas as coisas boas na vida, o Audioslave chegou ao fim em 2007. Apenas seis anos após sua formação. Eles foram capazes de produzir músicas que ficam confortavelmente e merecidamente ao lado das grandes obras de suas bandas anteriores. Esta não é uma tarefa fácil.

Com indicações ao Grammy, álbuns de platina e de ouro, e concertos em territórios inusitados, o Audioslave fez em seis anos o que algumas bandas não puderam fazer em 30. A sua contribuição para o mundo do rock alternativo, bem como a sua influência, não pode ser subestimada. Talvez sua maior canção, “Like a Stone”, seja um clássico das rádios de rock moderno. Sua influência e legado se estende muito além do escopo de sua história. Com seu show de reunião, só podemos esperar que o maior supergrupo do rock alternativo planeje algo maior para seus fãs.

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