O Def Leppard subiu ao palco com o desafio de apagar o vexame de 20 anos atrás quando tocaram para casas de shows vazias no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em tempos de internet ao alcance de todos, a discografia dos britânicos tornou-se mais acessível e o que se viu foi uma banda veterana cujo som permanece o mesmo, ainda que os integrantes Joe Elliott, Phil Collen, Rick Savage, Vivian Campbell e Rick Allen já tenham deixado para trás a alcunha de “deuses do hard rock”.
Apesar disto, o público pareceu um pouco disperso (porém respeitoso) em grande parte do show, que contou com boas sacadas em termos de iluminação. Muitas animações em led, vídeos que resgataram imagens da carreira e projeções que remetiam à bandeira da Grã-Bretanha. Para os fãs – a maioria por volta dos 35 ou 40 anos – a espera para ver a banda após tantos anos certamente foi bem recompensada com hits que disputavam o topo das paradas nos anos 1980 com grupos contemporâneos como Bon Jovi, Poison, Twisted Sister, entre outros. “Let’s Go” e “Animal” dão o tom do show que tem como base as canções do multiplatinado álbum “Hysteria”, que completa 30 anos em 2017.
O primeiro momento de interação entre plateia e banda deu-se em “Love Bites”, que no Brasil rendeu uma versão bastante conhecida da banda Yahoo chamada “Mordida de Amor”. Muitos cantavam a letra em português do hit lançado em 1988. “Man Enough”, faixa do autointitulado álbum lançado pelos britânicos em 2015, também foi um esforço do vocalista Joe Elliott em puxar palmas do público que, na metade do show, ainda resistia a curtir de verdade.
E claro que Rick Allen teria o seu momento de brilhar. Um caso raro na música, o baterista de um braço só pode demonstrar sua habilidade em um solo que contagiou o público. Para quem não sabe, o músico perdeu o braço esquerdo em um acidente de carro em 1984 e se recuperou a tempo de participar das gravações de “Hysteria”, que seria lançado três anos depois. Deste trabalho saíram sete das 14 canções que compuseram a setlist. O hit “Pour Some Sugar On Me” levantou o público e encerrou a primeira parte da apresentação.
A saideira é toda do “Pyromania” (1983), outro álbum multiplatinado do Def Leppard: “Rock Of Ages” e “Photograph” encerram a noite, com o público mais animado. São pessoas que certamente tiveram essas músicas como trilha sonora da juventude e que se identificaram na maioria delas. E não julgue pela aparência de pessoas bem vestidas, já “coroas”, duvidando de seu grau de “rockeiro(a)”: pois este público, ainda que em menor número, cantou praticamente todas as músicas e certamente apagou qualquer má impressão que os integrantes pudessem ter do Brasil.
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