1-O QUE FOI QUE INSPIROU VOCÊ A TOCAR BATERIA?
Evandro Jr.: Parece brincadeira, mas meu sonho de moleque a principio era ser guitarrista! Isso aconteceu quando eu tinha 14/15 anos e naquela época (início dos anos 80) era quase impossível conseguir uma guitarra pra canhoto, e inverter as cordas do violão era algo que eu achava bizarro. Foi então que num “lampejo de genialidade” percebi que tudo seria mais fácil pra mim se tocasse bateria, afinal era só inverter a montagem do kit e pronto! Comecei a me ligar no instrumento e nos grandes bateras de rock da época, e algum tempo depois, já completamente apaixonado pela bateria, meu pai percebendo esse meu desejo, um dia chegou em casa com uma bateria usada que ele comprou sem me falar nada. Era uma Caramuru com acabamento em madre pérola. Foi a maior surpresa e o maior presente que tive na vida. Mal sabia ele que eu dedicaria a minha vida, ou pelo menos esses últimos 30 anos, aos tambores e pratos. Tive inúmeros e diferentes empregos, e investia boa parte do meu salário na aquisição de vários kits de bateria, de várias marcas e modelos que eu vivia trocando e a paixão foi tanta que acabei me tornando vendedor especializado de bateria nas lojas de instrumentos musicais de São Paulo por mais de uma década.
2-QUAIS OS BATERAS QUE INSPIRARAM VOCÊ NO COMEÇO DA CARREIRA?
Evandro Jr.: Quando eu resolvi que queria tocar bateria, eu já estava totalmente obcecado pelo Heavy Metal, por volta de 1980/81. Foi quando eu conheci o AC/DC, o Maiden, o Scorpions, o Judas, o Black Sabbath. Eu escutava aqueles discos fantásticos e via os videos do Phil Rudd tocando com aquela pegada precisa e simples, o Clive Burr fazendo coisas no Maiden que eu não conseguia acreditar, o Animal Taylor tocando com aquela brutalidade no Motorhead, e tudo isso era muito contagiante. Comecei a ir nos primeiros shows underground em São Paulo e num deles, na Praça do Rock no Parque da Aclimação eu assisti um tal de Centúrias com um baterista que se chamava Paulão Thomaz e esse maluco fez um solo de bateria com as mãos! Foi o empurrão final. Aliás, eu contei essa história pra ele recentemente. Depois veio a fase Rush e eu devorei todos os álbuns da banda e Neil Peart virou referência pra mim durante alguns anos. Aprendi muitos truques ouvindo ele tocar e considero Peart o “number one”, considerando claro que Buddy Rich nunca foi desse planeta, é um mito. E finalmente em 1985 surgiu o Thrash Metal e a partir daí, todo o conceito de bateria que eu tinha mudou definitivamente e Dave Lombardo, Lars Ulrich, Charlie Benante e Tom Hunting passaram a ser referência pra mim. Tem um outro cara que me influenciou bastante na minha forma de tocar já nos anos 90, o Vinnie Paul com o Pantera! Foi justamente nessa época que passei a usar o pedal duplo e ele tem bastante culpa nisso.
3-VOCÊ É CANHOTO,VOCÊ SE INFORMOU ANTES DE COMEÇAR A TOCAR OU FOI PERCEBENDO QUE ERA DIFERENTE DA MAIORIA DOS BATERAS E COMO RESOLVEU A MONTAGEM DO SEU KIT?
Evandro Jr.: Como falei, foi uma opção por necessidade no início tocar bateria por ser canhoto. Como eu sentei a primeira vez diante da bateria e já saí tocando, de cara percebí que era autodidata. Consegui fazer uma levada de 4×4 e em seguida arrisquei uma primeira virada. Pronto, já era, tinha virado baterista. Toquei de ouvido durante uns 05 anos até que um dia achei que era hora de evoluir, aprender mais e conheci um professor formado em Berkeley que me ensinou coisas básicas como o stick control, aquecimentos e leitura básica de 4×4. Ele não me forçou a ser um baterista destro porque ele achava que já era tarde pra isso, eu estava totalmente adaptado a minha forma de tocar, como canhoto. Mas ele me incentivou a tentar me tornar ambidestro me passando exercícios pra isso. Eu consigo fazer algumas coisas do lado destro, mas por falta de tempo e maior dedicação, não me aperfeiçoei nisso.
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Fonte: Metal Media
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