A farsa do Metal Open Air

Quando o Metal Open Air foi anunciado pela primeira vez (como uma versão brasileira do Wacken Open Air, gigante da Alemanha), tudo parecia lindo e maravilhoso. Cheguei até mesmo a cogitar ir. Claro que não deu, o preço do ingresso, a viagem até São Luís (com alimentação e hospedagem) são impossíveis para uma estudante de 16 anos. O mais próximo que cheguei do festival foi o excelente show do Obituary no Hangar 110 no sábado passado, 14/04 (mais tarde, posto uma resenha). Na quinta feira, 19, meus arrependimentos por não ir se acabaram: o local não estava pronto para receber o festival, e cinco dias antes o Shadowside, um dos maiores nomes do heavy metal nacional, cancelou sua participação, explicada pela produção do MOA como um "problema de logística".


E na sexta começam a pipocar as notícias: Venom e Saxon cancelados. Dois dos mais influentes nomes do heavy metal mundial, sendo que o Venom praticamente criou uma vertente do gênero. E cancelados por falta de pagamento, descaso da produção, explicações de que os vistos do Venom foram parar na África (?). Até o presente momento, 30 bandas das 47 escaladas já cancelaram suas apresentações, incluindo Anthrax, Ratos de Porão, Headhunter D.C., André Matos, Rock N' Roll All Stars (supergrupo formado por personalidades do hard rock), Grave Digger, Blind Guardian, Stress, e os rumores é de que o restante pode ser cancelado a qualquer momento. Nem mesmo Charlie Sheen, o grande astro de Two and a Half Men veio.

O show do Megadeth, que fechou a noite de ontem (com 4 horas de atraso) teve muitos problemas de som, comentados pelo vocalista Dave Mustaine no palco, que chegou a dizer que usaria um violão caso os problemas persistissem. A cidade está mal sinalizada para aqueles que chegam e os fãs que iriam ficar na área de camping estão dormindo em um estábulo. Decididamente, uma vergonha para qualquer headbanger brasileiro. E a produção ainda mostra uma grande falta de respeito pelo público: abaixo, um tweet do dono da Negri Produções, que "organizou" o MOA:


Realmente, rolou... Com péssima infra-estrutura, desrespeito com o público e as bandas que tocariam, som horrível e destruição da credibilidade que o Brasil tanto lutou para conseguir, já que agora estava sendo o queridinho na rota de qualquer artista internacional em turnê. Não existem palavras para descrever a decepção dos fãs do gênero, e a vergonha por toda essa lambança com os artistas, principalmente com os que nunca haviam pisado em São Luís.

A novela não acaba por aqui. Há boatos de que a cavalaria da Polícia Militar está no local, e o cancelamento oficial deve ser anunciado a qualquer momento. E tenho certeza de que essa história ainda vai longe.

1 comentários:

Anônimo disse...

Dá até vergonha, com qual imagem o Brasil fica no exterior...

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